Actividade de Carnaval – Ivª Secção

Lousã, Candal, Trevim – Cinco a sete de Fevereiro (Carnaval)

Oito lenços azuis saem de Coimbra para a Lousã, de autocarro, na sexta-feira à noite. Eram já 9h da noite quando chegámos à antiga escola primária para raparigas, que agora é sede de um agrupamento de escuteiros na Lousã. Provavelmente, foi o facto de ser já de noite que fez com que fôssemos tomados por pioneiros em vez de caminheiros. Entrámos e passámos alguns momentos simplesmente numa descontração que acabou no teste da máquina da verdade feito ao Filipe, de forma a averiguar onde estariam as caixas com a comida que iríamos precisar para o jantar do dia seguinte e almoço de sábado. A análise do polígrafo foi inconclusiva. Estudámos, mesmo estando os trilhos bem assinalados, o percurso que faríamos no dia seguinte e fomos dormir.

Na manhã seguinte, depois de o Pedro descobrir a música que melhor descreve a sua vida, saímos cedo, pelas oito. Fomos em direção ao Castelo da Lousã antes de entrarmos no trilho que nos levaria até ao Candal. Começou aqui a visita interior de cada um aos vícios e defeitos que possui na sua vida. Ao chegarmos ao fim do percurso na levada, que termina numa ótima zona de cascatas, não imaginávamos que o percurso iria ficar ainda mais interessante. A subida atá ao Candal foi um pouco penosa e, mesmo assim, ainda não tínhamos chegado ao melhor do dia. Almoçámos debaixo de um telheiro e deixámos a maioria das mochilas no sítio da próxima pernoita, para facilitar a última subida do dia.

Agora, o destino era o Trevim. Começámos logo por nos aperceber do grande desnível, mas devíamos dar-nos gratos por ser simplesmente isso, já que algumas dezenas de metros acima, ao declive se viria a conjugar a falta de trilho. Foi aí que a ascensão se tornou efetivamente Wild. Isto, nem que fosse pela nova e peculiar espécie encontrada, habitante dos ventosos bosques da Serra da Lousã.

Por caminhos que mal existiam alcançámos a aldeia e o Pastilha (o Clã ficou constituído por 9). Fomos recebidos calorosamente pelo frio e pelo soprar harmonioso do vento. A aldeia já nos tinha oferecido quase tudo o que havia a retirar dela, à exceção das caixas cor-de-laranja que acabámos por encontrar nuns arbustos ligeiramente fora da vedação que delimita a maioria das habitações. Distribuímos a comida e material de cozinha pelas duas mochilas e descemos, agora com chuva, mas contando com um trilho visível para pousar as botas a cada passo.

Ao voltar ao Candal, apercebemo-nos da falta de cobertura de rede de telemóvel, problemas que se colmatava parcialmente pelo facto de haver apenas uma rua circulável de carro. Isto acabou por tornar fácil a chegada da Devesa. Neste momento, reunimos e pusemos em papel aqueles vícios que nos prendiam de uma vida mais livre. Ao ardê-los e sermos batizados com água da cascata que ali se encontrava, repetimos a conversão que S. Paulo viveu.

Cozinhámos e jantámos, antes de ficar algum tempo perto da fogueira. Acabámos por nos deitar cedo – uns mais que outros, estávamos cansados. A segunda noite foi mais pacífica, gozando o calor remanescente da fogueira cuja chama era guardada pela chefia dos Lobitos que partilhavam o tecto connosco.

No dia seguinte, o facto de o regresso ser relativamente rápido permitiu dormir até mais tarde, acordando calmamente para ir pequeno-almoçar. Foi então, momento de reconhecer nos noviços aquilo que têm contribuído para a manutenção do Clã. O avermelhamento de lenços azuis foi um reconhecimento que, mais do que incentivar os noviços, deve incentivar os caminheiros a ter mais influência no Clã XXX (8 dos nove elementos do Clã presentes eram noviços). De seguida, houve ainda o momento de tornar o Tiago Pastilha o substituto do Arnaldo no cargo de Guia de Clã, enquanto este estiver fora de Portugal no resto do ano.

Depois disto, voltámos para a Lousã. Após o almoço, o Frei Severino veio celebrar a Palavra com o Clã. De forma a fazer a avaliação da atividade, decidimos abdicar do autocarro programado. No entanto, o atraso do que se seguia fez-nos recorrer aos pais de alguns para podermos regressar a Coimbra.

FRANCISCO PÊGO

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